Bela, a foto da Minoca,
sua afilhada,
que anda meio abandonada
pela madrinha, também faz
parte da homenagem a você.
Na minha eletricidade jornalística inata,
que sei que você também tem,
fiquei viajando no que me falou
sobre o Apóstolo e Evangelista Pedro
ter escrito a respeito das pessoas que
trazem a verdade nos olhos.
Lindo demais isso!
Mas temo que seja algo tão raro hoje.
Mesmo assim, gente como nós insiste
em acreditar que é capaz de traduzir
os brilhos dos olhares.
Ou a falta de brilhos, quem sabe?
Essa nossa crença no outro
vive nos dando rasteiras, né amiga?
Como você ponderou, que prazer há
em ter que viver com um pé atrás?
Bom mesmo seria nos guiarmos
pelos olhares que nos encaram,
que tentamos traduzir em cada
encontro diário.
Mas, nas minhas múltiplas divagações,
concluo que esse tipo de crença
faz parte da natureza jornalística que
construímos desde o útero.
O jornalista por sacerdócio, por fé,
como nós, o é porque crê no outro.
Porque acredita que pode colaborar
para que as vidas sejam melhores,
mais felizes, menos sofridas.
Quando você faz uma matéria
sobre o preço dos alimentos, está,
de alguma forma, colaborando para
que alguém, pelo menos, possa
se alimentar melhor.
Quando escreve sobre determinada
lei, permite que um leitor, que seja,
saiba que pode se beneficiar dela.
Não escolhemos esse caminho à toa.
Assim como nada nesta vida é por acaso.
Tudo tem seu propósito.
E o nosso é tão claro.
Lidamos diariamente com
as mais terríveis notícias,
de catástrofes, misérias, tragédias,
injustiças, sangue, tiros e roubalheira,
mas ainda acreditamos que é possível
melhorar este mundo.
Vamos morrer assim, amiga.
Mas, por enquanto, temos muito
o que viver, muito o que escrever,
coisas demais pra mudar.
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