Olá! Seja muito bem-vindo! Amo escrever, mas confesso que as fotos, 99% delas feitas por mim, de forma amadora, são a alma deste blog. Se quiser dar uma volta por aí, acredito que não vai se arrepender.
Gente que veio, gostou e sempre que pode dá uma passadinha por aqui
domingo, 31 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
264) Artes emprestadas
Risto Bozovic/AP Photo
Sendo este um jornal por excelência,
PRECISA-SE
Sendo este um jornal por excelência,
e por excelência dos precisa-se e oferece-se,
vou pôr um anúncio em negrito:
precisa-se de alguém homem ou mulher
que ajude uma pessoa a ficar contente
porque esta está tão contente
que não pode ficar sozinha
com a alegria, e precisa reparti-la.
Paga-se extraordinariamente bem:
minuto por minuto paga-se com
a própria alegria.
É urgente pois a alegria dessa pessoa
é fugaz como estrelas cadentes,
que até parece que só se as viu
depois que tombaram;
precisa-se urgente antes da noite cair
porque a noite é muito perigosa
e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais.
Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga
depois que passa o horror do domingo que fere.
Não faz mal que venha uma pessoa triste
porque a alegria que se dá é tão grande
que se tem que a repartir antes
que se transforme em drama.
Implora-se também que venha,
implora-se com a humildade
da alegria-sem-motivo.
Em troca oferece-se também
uma casa com todas as luzes acesas
como numa festa de bailarinos.
Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha,
e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática.
E se pede desculpa por estar num anúncio
a dilarecerar os outros.
Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria
até mesmo divina para dar.
(Clarice Lispector)
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
263) Saudade de mim
Foto Lugoca
Ando com uma saudade danada
da minha poesia, da minha vontade
desenfreada de escrever coisas que,
quando saem da alma, parecem um
recomeço, renascimento, afago,
beijo na boca, carinho sincero...
O prumo que perdi passa por
desacreditar do amor, da amizade...
Segundo um colega de trabalho,
que me olhou assustado quando
eu disse essas coisas, 'isso é a morte'.
E talvez seja mesmo a morte.
Talvez a gente tenha mesmo que
matar certas coisas para fazê-las
renascer ou para dar lugar a outras.
E a coisa é tão séria que nunca nesta
vida havia passado por isso antes.
Nunca minha descrença chegou a tal ponto.
Nunca tão cruel, tão forte, tão firme.
Houve um momento em que pensei
que não pudesse ser revertida.
Ultimamente, ando menos radical.
O tempo, como sempre, vai se encarregando
de me dobrar, embora muito lentamente,
e talvez, como costuma fazer sempre,
me reserve boas surpresas por aí.
Ando com uma saudade danada
da minha poesia, da minha vontade
desenfreada de escrever coisas que,
quando saem da alma, parecem um
recomeço, renascimento, afago,
beijo na boca, carinho sincero...
O prumo que perdi passa por
desacreditar do amor, da amizade...
Segundo um colega de trabalho,
que me olhou assustado quando
eu disse essas coisas, 'isso é a morte'.
E talvez seja mesmo a morte.
Talvez a gente tenha mesmo que
matar certas coisas para fazê-las
renascer ou para dar lugar a outras.
E a coisa é tão séria que nunca nesta
vida havia passado por isso antes.
Nunca minha descrença chegou a tal ponto.
Nunca tão cruel, tão forte, tão firme.
Houve um momento em que pensei
que não pudesse ser revertida.
Ultimamente, ando menos radical.
O tempo, como sempre, vai se encarregando
de me dobrar, embora muito lentamente,
e talvez, como costuma fazer sempre,
me reserve boas surpresas por aí.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
262) Haiti
Foto: Chris Hondros/Getty Images
Preferi escolher uma foto, digamos, mais amena
- se é que a tristeza no olhar de uma criança
pode ser chamada de amena - da tragédia no
Haiti para ilustrar esse texto com o qual quero
estampar a pequenez dos meus problemas ou,
mais ainda, a inexistência deles, diante do que
ocorre naquele país da América Central.
Um país, aliás, que sempre enfrentou a miséria,
cujo povo já vivia imerso em enorme sofrimento.
Há muito as Forças de Paz da ONU, integradas
inclusive por soldados brasileiros, estão no
Haiti tentando apaziguar, reconstruir o país,
levar um pouco de sossego àquele povo que
me nego a acreditar ser acostumado ao
sofrimento.
Acho que todos nós que temos acesso
à internet devemos tirar um minutinho
do nosso dia e buscar nos inteirar do
que realmente está acontecendo no Haiti.
Do que realmente é o Haiti.
Do que é o Brasil do Norte de Minas,
do Sertão Nordestino, dos rincões de
pobreza, dos subúrbios inundados
pelas chuvas.
Sugiro que tenhamos um minuto
de consciência das questões coletivas.
Isso certamente fará as nossas dores
parecerem muito simples de curar.
Pense no Haiti,
reze pelo Haiti
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui.
(Caetano Veloso e Gilberto Gil)
domingo, 10 de janeiro de 2010
261) Pacífica e saudável
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