Nas nossas andanças pelo bairro, minha cachorrinha Mina fez uma amizade que já dura uns seis meses. O cãozinho, da raça Yorkshire, vive em uma casa de esquina, com um jardim meio mal cuidado, mas tem terra e um gramadinho pra ele se divertir.
Quando passamos em frente, a grade sempre está fechada, mas dou um assobio e ele vem sempre correndo. Os dois trocam umas cheiradinhas (coisa que cachorro ama) e vamos embora.
Depois de alguns meses dessa amizade, como o bichinho, obviamente, não fala a minha língua, Mina e eu encontramos uma moça varrendo a garagem da casa e perguntei a ela o nome do cãozinho. Confesso que tive uma surpresa, depois de passar vários dias tentando imaginar do nome do amigo da minha filhota cachorra. Ele se chama Pagodinho.
Achei engraçado e, ao mesmo tempo, bonitinho. Hoje, é claro, só o chamo pelo nome, ao que ele responde prontamente e vem correndo, do lado de dentro da grade, ao nosso encontro.
Na verdade, ele dá mais bola para a Mina do que ela para ele. Se eu fizer carinho no bichinho, então, ela rosna, cheia de ciúmes. Mas sei que Minoca gosta de Pagodinho.
Acho que ela percebe, como eu, que, mesmo morando numa casa, ele parece não receber tanto amor e carinho quanto dou a ela. É claro que todo cachorro tem aquele olharzinho triste, pedindo mais e mais carinho, mas no Pagodinho isso parece ser acentuado. Sem nunca me esquecer disso, procuro dar minhas passadinhas por lá, com a Mina, para trocarmos um carinhozinho com ele por entre as grades.