Vejo a poesia pela cidade,
no ar, nos olhares, nas cores do dia,
no aconchego da noite, e me encanto.
Nunca me canso de alcançá-la
com os olhos, a alma, os poros,
a pele e o que mais em mim
puder tocá-la, sentindo seus efeitos
revigorantes, gratuitos, por aí,
em cada calçada, pelas ruas,
praças, parques, nas copas
das árvores, pétalas das flores,
no descanso dos pássaros
em fios de eletricidade, expulsos
dos seus recantos naturais.
Tento fazer dessa poesia a minha
rotina de paz, minha esperança
de viver mais e melhor a cada dia.
(As fotos, feitas por mim hoje, são de um ipê rosa que floresce perto do Colégio Arnaldo, um dos cartões-postais de Belo Horizonte)