Ontem,
fazendo o que de melhor se pode fazer
com um bom amigo,
que é papear ouvindo boa música,
divagamos por nossas histórias
de um jeito que me fez feliz,
porque percebi alguns progressos em mim.
Falamos sobre como é prazeroso
dar conta de fazer as transições
necessárias nesta vida.
Mas não é fácil.
Por coincidência, nós dois tivemos
relacionamentos que hoje podem ser considerados longos,
com pessoas que amamos muito,
com quem construímos, no mínimo,
histórias inesquecíveis,
mas conseguimos, ainda que aos trancos
e barrancos, fazer a transição quando
esses relacionamentos,
acredito que infelizmente naquele momento,
já nos tiravam muito mais do que acrescentavam.
Nos casos de ambos, não teve moleza.
Não foi simples.
Foi sofrido, pensado, remoído,
mas necessário.
É tão comum, hoje,
neste mundo com quase 6 bilhões de habitantes,
casais manterem relacionamentos que não
os fazem mais felizes.
E aqui não vai nenhuma crítica,
porque já fiz isso.
Mas, voltando ao meu grande amigo,
ao som de Maria Bethânia cantando
as canções do Roberto
(parece coisa de dor de cotovelo, né?),
nos lembramos de pessoas que amamos demais,
de quem sofremos muito
para nos afastar, mas hoje conseguimos
perceber, sem a dor de uns tempos atrás,
como foram importantes nas nossas vidas.
Como foram lindas.
Como nos amaram.
Como as amamos.
Mas um dia acabou,
a gente foi sentindo aos poucos,
fingindo que não entendia,
fingindo que não era com a gente,
que tudo voltaria a ser como
nos melhores momentos,
mas não voltou.
Porque, às vezes, não volta mesmo!
E a culpa não é de nenhum dos dois.
Ou é dos dois, sei lá.
A verdade é que você pode até
se encaixar em alguém pro resto da vida.
Mas pode, também, se encaixar por um tempo
e depois um dos dois vai se desencaixando.
Ou os dois se desencaixam ao mesmo tempo,
por coisas da vida mesmo.
Certo é que meu amigão e eu
conseguimos entender, hoje,
que amor tem que ser prazeroso.
O que não significa ausência de problemas.
Duas pessoas que se amam
enfrentam as adversidades juntas,
porque a vida é lotada delas.
Não tem pra onde correr.
O que não pode é o amor ser doído,
ser um eterno pisar em ovos.
Porque amor de verdade é sentido
entre duas pessoas.
É via de mão dupla.
Não acredito que a gente ame quem não nos ama.
Se é assim, não é amor.
Quando se pensa que um dos dois deixou de amar
é porque, na realidade, o sentimento acabou para ambos.
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