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domingo, 24 de agosto de 2008

149) Mais uma história de gente...


Fotos J.Ramos




Lúcia parece ter 50 anos,
mas duvido que tenha mais
de 40.
Nas andanças com a Mina
pelo bairro, conheci, ontem,
mais essa personagem
da minha história.
Insistentemente, Mina correu
ao encontro dela, que estava
no meio da rua, e fez aquela
festa - com fogos de artifício e
banda de música -, que só os
cães sabem fazer.
Logo imaginei que ela devia
ter cachorros em casa e a
minha Maluquete havia sentido
o cheiro deles em suas roupas.
Dito e feito. Lúcia contou que
tem o Dudu, um cachorrinho
de dois anos, e a Pitica,
uma cadelinha de nove.
Como não poderia deixar de
ser, pelos instintos de interiorana
chegada a papo de gente e de
jornalista vidrada em comportamento,
engatei o 'conversê' e fui fazendo
minhas perguntas, ciente de que
não devia assustá-la.
A 'moça' contou que tem 'olhado'
carros na minha rua para sobreviver.
Moradora do Bairro Bom Sucesso -
que, confesso, ouvi falar pela
primeira vez -, depois do Betânia,
ela diz que os dois cachorrinhos
são sua família. Os pais, de quem
era a única filha, vinda de
Desterro de Minas, morreram e
ela ficou só no mundo.
Antes de começar a vigiar carros
à noite por essas bandas tão
distantes de casa, Lúcia fazia refeições,
que vendia por aí.
Agora, em uma explicação meio
confusa, disse que está doente e
não tem ânimo para cozinhar,
assim, prefere passar boa parte da
noite andando entre os carros
e conhecendo gente, com quem
troca algumas palavras, além
das que reserva aos seus
cachorros.
Ela me contou um pouco
da sua vida, sofrida, mas
não me pareceu triste.
Organizada, trazia uma
sacolinha cheia de frutas e
água, para suportar a noite
movimentada.
Disse que encontra muita
gente boa, mas, diante da
minha avaliação de que
o mundo tem mais gente boa
do que o contrário, discordou,
sorridente:
'que é isso, menina, conheço mais
gente que você e posso garantir
que não é bem assim. Gente do
bem anda sendo raridade'.
Será?

4 comentários:

  1. Lu, gosto quando voce manda esses bilhetinhos, porque é um motivo pra gente se dedicar. Lendo o comentário do Pedro, também tive a sensação de tristeza sua no ar. Aliás, corrigindo, nem sei se é mesmo de tristeza, mas de solidão acompanhada. Espero que voce esteja bem e forte pra viver o que for e que encontre a esperta saída encontrada pelo mito para as próprias pedras, bjo, R

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  2. Olá minha grande e inesquecível amiga!
    Hoje entrei no seu blog e fiquei feliz em ver meu nome lá. Quer dizer... se a Augusta sou eu mesma (hehehe).
    Como a distância é muita, imaginamos que o esquecimento é maior.
    Mas sei que não é o caso.
    Ele é muito legal, pois mato a saudade vendo suas fotografias e sua alma poética e sensível.
    Um beijo bem grande pra você!
    Augusta

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  3. Ei, Luisana!!

    Tudo bem?
    Comigo está tudo ótimo.
    Queria ter entrado em contato com você antes, mas não deu tempo.
    Assim que cheguei ao Brasil pintou uma oportunidade de trabalho em Guanhães e engatei no serviço. O trabalho é temporário (campanha política), mas é uma chance a mais de aprender e conhecer gente nova.
    Assim que estiver livre farei contato com mais calma e visitarei seu blog com a calma e atenção devida, porque ele é lindo.
    Um grande beijo da jornalista que é sua fã.

    Roberta

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  4. Depois da intimação nominal no pequeno spam de divulgação do blog, não pude deixar de registrar minha passagem por aqui.
    E já virei fã da Mina.
    Isso que é faro pra vida! rs
    Beijos!

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