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sábado, 20 de fevereiro de 2010

268) A todas as mães que ainda tenho

Foto Lugoca



Era uma mulher como todas as outras
de sua geração: teve os dois filhos cedo,
se separou ainda jovem, namorou outros
homens, mas não se casou de novo.
Enfrentou preconceitos, quando
ser separar era uma ferida exposta
para a sociedade. Chorou abraçada
ao travesseiro, criou os filhos aos trancos
e barrancos, sozinha, como todas as outras.

Eles estudaram, se formaram, se foram.
A filha fez uma produção independente,
lhe deu um neto e voltou pra casa,
fazendo a família crescer.
O filho se casou, mudou de país,
se separou, voltou ao Brasil, voltou pra casa.

A casa agora tem filhos, netos, cachorros,
papagaios, passarinhos e ela, perto dos 60.
Jovem ainda e quase na melhor idade para
os preconceituosos de plantão, os machistas
que só enquadram as mulheres nesses padrões,
quando são limitadores.

Há muito abandonou os namorados.
Anda se sentindo velha, apesar do corpo
em forma e do papo interessante sempre
na ponta da língua, fruto de todos estes anos
de rica experiência e do hábito apaixonante
de ler dezenas de livros anualmente.

Vida sexual? Só nos filmes, nos livros, nas novelas...
É o que ela diz quando questionada, afinal, é tão
jovem, tão elegante, tão interessante, agradável...

Apesar de ainda trabalhar fora, planeja
se aposentar breve e dedicar ainda mais tempo
à casa, aos netos, filhos, cachorros, papagaios,
passarinhos, livros, filmes, novelas...



domingo, 14 de fevereiro de 2010

267) É Carnaval...

Foto Lugoca




Mesmo com céu de brigadeiro,
cores saltitando por todos os lados,
samba, esse ritmo que amo,
reinando soberano,
optei pelo silêncio por aqui,
para evitar falar do que pudesse
me arrepender depois,
evitar as intempestividades -
se bem, que andam distantes de mim.
Acho que gente saudável aceita se tratar,
admite que intempestividade e outras coisas
parecidas precisam ser tratadas, afetam,
antes de tudo, a nós mesmos.
Porque eu, confesso - a mim mesma -
estou preocupada é com o que preciso
mudar em mim para ser mais feliz.
E intempestividade por escrito, em blog,
assinada embaixo não dá, né?
Aí, não há prova mais clara.
Em um dia se é doce, fala-se em coisas
boas, lembranças...
No outro, em ofensas, insinuações...
Valha-me Deus! E proteja-me sempre!








sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

266) Por aí

Foto Lugoca



Quero as cores do céu, do dia e da cidade
na minha alma e no meu coração, porque
elas têm o poder adocicado de me invadir
os poros e salpicá-los com magia de vida.