Passei por uma experiência inédita
e muito ruim domingo passado.
Depois de uma suposta virose na semana anterior,
fiz plantão no fim de semana e decidi
procurar uma urgência médica ao final
do trabalho, domingo, por volta das 21h30.
As dores nas costas que senti ao longo
da virose estavam quase insuportáveis e,
com a gripe suína por aí , temi que pudesse
estar com pneumonia.
No hospital - domingo à noite, imaginem!?-
depois de esperar por uns 40 minutos,
mesmo sendo a primeira de uma fila que crescia,
fui atendida por uma jovem médica,
chamada Marina Zerbini Faria.
Contei a ela o que vinha acontecendo e
sugeri que fosse pedida uma radiografia
dos meus pulmões. Ela o fez e solicitou também
exames de sangue.
Da minha chegada ao hospital até o resultado
dos exames se passaram umas duas horas e meia.
A radiografia, por exemplo, foi repetida umas
três vezes, porque a técnica me disse que havia
uma alteração que poderia ser resultado de
postura errada no exame.
Portanto, lá pela meia noite eu retornava ao
consultório para que a médica avaliasse os
resultados, tanto da radiografia quanto
das amostras de sangue.
Felizmente, ela foi logo dizendo que meus
exames de sangue estavam ótimos, tudo bem
comigo. Na radiografia, no entanto, ela
se demorou, avaliou, reavaliou e disse
que eu tinha mesmo uma pneumonia,
confirmando minha suspeita.
Diante do diagnóstico, ela me receitou
antibióticos e me passou atestado médico
para que repousasse em casa por um dia.
'Um dia ?', indaguei, ressabiada?
'Não é pouco para pneumonia ?', insisti,
dizendo que trabalhava com dezenas de
pessoas no mesmo ambiente e que havia
grávidas entre elas.
A médica simplesmente afirmou que era
isso mesmo, que um dia era suficiente.
Saí do hospital arrasada com a pneumonia.
Há muito tempo não me sentia tão doente assim.
Afinal, pneumonia é algo que assusta, que pode
matar, pelo que sempre ouvimos falar, não é mesmo?
Fui pra casa chateada, dormi mal, mas decidi
que procuraria um especialista no dia seguinte.
Na segunda-feira, logo cedo, liguei para
meu trabalho, avisando que estava
com diagnóstico de pneumonia,
mas que procuraria um especialista, já que havia
sido atendida em um plantão de hospital que
não me deixara tranquila quanto ao diagnóstico,
apesar de as dores nas costas persistirem.
Passei horas do dia, que deveriam ser de repouso,
ao telefone, tentando conseguir marcar com um
pneumologista, o que é quase impossível
nestes últimos tempos.
Entrei em várias filas de desistência e acabei
conseguindo um horário para o fim da semana.
O médico me disse que não dava para confirmar
pneumonia pela radiografia e que meu exame clínico
mostrava pulmões limpos.
Me apontou outras possibilidades e me indicou
outros médicos, a quem estou procurando.
Diante disso, voltei ao trabalho, onde fui
recebida com muita cautela pelos colegas,
temerosos com a possibilidade de serem
contaminados com a pneumonia que eu
anunciara ter na segunda-feira.
Foi horrível. Perguntaram se não seria
gripe suína, o que me fez imaginar quanto
preconceito deve estar sofrendo quem
é acometido pela doença.
Deixei claro que havia ido a um especialista,
que havia me liberado para o trabalho, e,
além do mais, não seria irresponsável de
procurar passar doença tão grave a eles.
Diante de tal recepção, decidi procurar
os responsáveis pelo hospital em que fui
atendida e pedir providências quanto
à médica. Foi o mínimo a que me vi
movida: por mim, que me senti horrível
tanto com a possibilidade de ter pneumonia
quanto com o preconceito, mas também por
outros que possam enfrentar o mesmo drama.
Enviei um documento ao presidente do hospital
e obtive como resposta que seriam tomadas
providências.
Espero ser informada sobre elas!
Vou cobrar!
No mais, estou cuidando de mim, como deve ser.