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domingo, 20 de outubro de 2013

352) O que é meu

Fachada de casa de 1907, na Rua Aimorés, em Belo Horizonte - Foto Lugoca



O bicho era meu.
Não havia quem pudesse com ele.
E não era daqueles que pegava
Ou que comia
Daqueles que lhe dava a opção
De correr
Ou de ficar.
O bicho estraçalhava.
Secava com um olhar
De quem desvenda almas,
De quem fulmina flores,
E desconhece cores.
Ignorava vento na pele,
Toque nos pelos,
Umidade nos lábios
Desejo, vontade, gana.
Invadia, me invadia.
E corria cada canto meu,
Como se dono fosse.