A cada vez que o telefone tocava,
meu coração disparava,
pensando que era você,
retribuindo minha ligação,
dizendo que também queria conversar,
amenizar os ânimos,
admitir que o amor vale a pena.
Afinal, só ele não se pode forjar
e todo o resto se reinventa
quando se quer,
quando é importante,
quando há amor.
Esse sentimento raro,
que comumente jogamos
para debaixo dos tapetes,
pensamos que é capaz
de suportar tudo
e esquecemos de proteger,
de acariciar,
de alimentar.
O telefone tocava e eu,
em milésimos de segundos,
me lembrava dos passeios no parque,
das risadas gratuitas, impagáveis,
dos almoços e cafés da manhã.
Lembrava, em milésimos de segundos,
do que parecia uma vida inteira,
com tropeços, mas muito mais delícias.
Na qual não cabem pequenas vinganças
nem chantagenzinhas ou alfinetadas.
Porque valeu a pena em sua maior parte.
O telefone tocou,
não era você.
Não foi.
Se foi...
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